Centro de Ciências e Planetário do Pará dedica espaço à Teoria da Evolução

 
No CCPPA, vinculado à Universidade do Estado do Pará (Uepa), há uma exposição permanente dedicada às Ciências Biológicas, na qual integra a área da evolução (Foto: Monique Hadad / Ascom Uepa).

Um dia de relevância internacional, no qual são celebradas a ciência, a evolução e a humanidade em si. Assim pode ser caracterizado este 12 de fevereiro, o Dia de Darwin, inspirado na data de nascimento de um dos pesquisadores mais influentes da história, conhecido como o “pai” da Teoria Evolucionista, que estaria completando 215 anos nesta segunda-feira. Charles Robert Darwin nasceu na Inglaterra e foi naturalista, geólogo e biólogo. Suas pesquisas o tornaram célebre por todos os avanços que proporcionaram para as Ciências Biológicas. 

Formado no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e técnico de Biologia do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA), João dos Santos Neto destaca que o dia 12 de fevereiro é relevante, especialmente para as Ciências Biológicas. “A evolução é essencial para entendermos que as espécies compartilham características homólogas entre elas, trazendo a premissa de que o grupo dos orangotangos, macacos, e chimpanzés são mais proximamente relacionados aos humanos, por compartilharem características únicas e, justamente por isso, terem um ancestral em comum”, afirma.

Darwin foi o primeiro cientista a explicar com rigor como as espécies evoluíram, na sua obra-mestra A Origem das Espécies. A premissa da Teoria da Evolução é de que toda a vida está relacionada com sua descendência pela modificação do ancestral comum. O mecanismo que Darwin propôs para explicar a descendência com modificação foi a Seleção Natural.

No CCPPA, vinculado à Universidade do Estado do Pará (Uepa), há uma exposição permanente dedicada às Ciências Biológicas, na qual integram as áreas da evolução, biodiversidade, astrobiologia, geologia e fósseis. No ambiente reservado à evolução, há seis protótipos de diferentes formas de crânio humano, demonstrando o seu desenvolvimento. “Nesse espaço, conseguimos observar como as diferentes linhagens de hominídeos foram se diferenciando, no decorrer de sua história evolutiva, e se adaptando às diferentes mudanças, até chegar no homem moderno”, destaca o professor João Neto.

Os modelos de crânio mostram desde as espécies mais primitivas, como a Paranthropus boisei, até a Homo sapiens. Todos foram desenvolvidos para o Centro de Ciências e Planetário do Pará a partir de uma reprodução da coleção da Universidade Johann Wolfgang Goethe, em Frankfurt.

Experiência

O espaço do Centro de Ciências é apresentado por monitores durante as visitas feitas por estudantes, mediante agendamento das escolas, como também, nas que se destinam ao público em geral. A estagiária Maara Larissa Fiel atua há quase um ano no CCPPA e, durante as visitações, é a responsável por explicar a temática da evolução. “Abordo sobre a evolução de Darwin e ressalto a sua importância. Muitos dos visitantes já ouviram falar da teoria, mas nunca tiveram contato com protótipos de crânios para analisar. Então, no Centro de Ciências, eles têm uma experiência mais visual. As pessoas costumam ficar impactadas”, conta.

Maara afirma que mostra ao público as diferentes características que os crânios foram obtendo ao longo do tempo. A espécie primitiva Paranthropus boisei, por exemplo, possuía molares que tinham, aproximadamente, o triplo do tamanho do homem moderno. Acredita-se que ele tenha povoado a terra entre 2,3 milhões e 1,2 milhões de anos atrás.

“O Paranthropus boisei é chamado de ‘homem quebra-nozes’. O crânio dele era bem menor se comparado ao hominídeo atual, por conta da falta de nutrientes ingeridos, pois ele apenas se alimentava de raízes cruas. Eu gosto bastante de falar sobre a evolução, porque é legal ver como as pessoas ficam encantadas e gostam de aprender. É muito gratificante trabalhar aqui”, diz a estagiária, que cursa o terceiro semestre da graduação de Ciências Biológicas na Uepa.

Divulgação da Ciência

Além de possuir um espaço voltado à difusão de conhecimentos da Biologia, o Centro de Ciências e Planetário do Pará também possui áreas reservadas à Astronomia, Química, Física, Matemática e Geologia. O acesso ao conhecimento científico é possibilitado de uma forma simples e lúdica, para trabalhar os conceitos e princípios das ciências de maneira contextual.

A estagiária de Biologia Maria Vitória Macedo atua como monitora nas visitações do CCPPA há mais de um ano. Ela ressalta a importância de o Centro abarcar várias áreas de conhecimento. “Sabemos que os conhecimentos estão interligados. Temos, por exemplo, um espaço vizinho ao da evolução, que é o da astrobiologia, que aborda a composição dos planetas e se existe vida em outros planetas. É importante os visitantes perceberem que está tudo relacionado e que as Ciências Biológicas são também uma área importante”, ressalta.

Serviço

Atualmente, as atividades do Centro de Ciências e Planetário do Pará estão suspensas para planejamento interno, porém, retornarão no dia 20 de fevereiro. Os agendamentos para visitações escolares ou em grupo podem ser efetuados pelo telefone (91)3284-9116, e-mail agenda.planetario@uepa.br ou presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

As visitações abertas ao público não precisam de agendamento prévio e ocorrem em dois dias: quarta-feira, com visita gratuita das 15h às 17h30; e sábado, das 9h às 11h30, no valor de R$10 a entrada inteira e R$5 a meia, com sessões de cúpula infantil às 9h e adulto/juvenil às 11h.

O Centro de Ciências e Planetário do Pará fica localizado na Av. Augusto Montenegro, s/n – Km 03 – Mangueirão, Belém, próximo aos bairros do Benguí e Marambaia.

Texto e Fotos: Monique Hadad (Ascom Uepa)